“As borboletas tornaram-se suas amigas.
Visitavam-na de vez em quando e faziam-lhe cocegas divertidas por todo o corpo.
Uma das borboletas apaixonou-se pela Flor da Vida e, abraçadas como irmãs, decidiu acompanhá-la para sempre.”
O Tesouro de Lilith
A fisiologia do prazer, faz parte do ser humano e está ativa desde antes de nascer (as ereções, por exemplo, são comuns durante a etapa gestacional). As meninas sentem prazer desde pequenas. Nestes casos podemos observar a coloração da pele, alterações no ritmo cardíaco e respiratório, atenção ausente do meio envolvente, hipertonia muscular e posterior relaxamento.
Não obstante, a vivência da sexualidade é muito diferente da dos adultos dado que, sobretudo durante os primeiros seis anos de vida, é mais uma forma de jogo espontâneo. Desta forma, entram e saem da excitação sexual como parte do jogo constante que é a vida. A beleza da sexualidade durante a infância é que o prazer está descentralizado e corre livremente por todo o corpo porque ainda não foi restringido e classificado pela cultura como na sexualidade adulta.
Uma educação sexual saudável implica aceitar que as meninas e meninos são seres sexuais e que a sexualidade é um aspeto positivo da vida humana que não tem que se reprimir mas sim acompanhar, ajudando a essa pequena pessoa a desenvolver-se de forma espontânea e segura.
Uma vez que se inicie la exploração sexual será importante que ajudemos a nossa filha a conhecer as normas sociais no que respeita à intimidade, ajudá-la a aprender quais lugares adequados para desfrutar da sua sexualidade e quais não o são. Faremos isto à medida que apareça cada conduta e prestando atenção para que entenda que o problema não é o que faz mas antes aonde o faz. Não se trata de reprimir a conduta sexual mas sim que aprenda que na nossa sociedade é uma prática que se faz na intimidade (como já aprendeu com a nudez).
-Tomado do Guia didático contido no livro O Tesouro de Lilith de Carla Trepat.