As vezes conversas tão simples, tão tranquilas, podem prevenir muito!
Momentos valiosos onde podemos abrir estas questões passam diariamente à nossa frente e fechamos os olhos, fechamos a boca e fechamos o coração.
É necessário falar de sexualidade, somos sexualidade, a humanidade é sexual, evadir estas conversas não é bom para ninguém, nem para si nem para os seus filhos.
Falemos, reflitamos, perguntemos sem medo, com curiosidade, demos a estas pequenas pessoas as ferramentas necessárias, façamos delas pessoas fortes.
Os abusos sexuais acontecem em qualquer casa, não importa a sua riqueza ou educação, eles podem acontecer em qualquer casa, por um amigo, um familiar, …
Isso é difícil de controlar, mas podemos encher essa pequena pessoa de segurança e confiança, de valor e conhecimento O teu corpo é teu e só tu decides quem o toca!
Vamos começar por nunca forçar a criança a dar um beijo ou um abraço, se ela não quer, vamos continuar por criar um vínculo de comunicação e liberdade para perguntar, e dar-lhe amor, muito amor! Que ela conheça a sua tigresa, a sua loba, ou o animal que ela mais goste, e que lhe dê poder, que ela saiba que, se precisar, esse animal vive dentro dela e que lhe dá garras, força, coragem, e pernas ágeis, e que morde. Claro que morde! E bem forte!
Já chega de meninas cor-de-rosa, frágeis e indefesas! Chega!
As meninas tal como os meninos sabem rugir, morder e lutar se é necessário, e nós temos que ensinar-lhes que se elas precisam podem fazê-lo!
A educação sexual é um direito, é liberdade!
Carla Trepat
Porque as meninas necessitam acompanhamento na descoberta do seu corpo e do prazer e que lhes digamos que é bom, QUE O PRAZER É UM PRESENTE DA VIDA.
Porque a educação sexual começa em casa, com a nossa mãe e o nosso pai como modelos é, pois, necessário CRIAR ESTE VÍNCULO DE COMUNICAÇÃO E CONFIANÇA desde bem pequenas, para que saibam que nos podem perguntar e que nós estamos aqui para as escutar.
Porque vivemos numa sociedade onde não se valoriza a natureza feminina e à medida que as nossas meninas vão crescendo vão receber mensagens publicitárias em contra da sua beleza, dos seus ciclos femininos e da sua sexualidade. Reforçar desde bem pequenas a sua AUTO-ESTIMA E CONHECIMENTO DO CORPO é um presente que muitas de nós não tivemos e será uma linda semente de AMOR E CONFIANÇA PARA SI MESMA, para a mulher que será no dia de amanhã.
Porque as mães precisamos REAPRENDER SOBRE O NOSSO CORPO, ver a nossa bela sexualidade através dos olhos da inocência e aprender novamente a ama-la.
Porque cada dia é um bom momento para TRANSMITIR A BELEZA DO SEU CORPO e da sua natureza feminina.
Porque estar vinculadas com a nossa sexualidade e o nosso prazer nos permite DESFRUTAR DE TUDO O QUE A VIDA NOS OFERECE.
Porque com cada criança que seja acompanhada com ternura e amor na sua sexualidade, o mundo terá ganho uma mulher CONSCIENTE, LIVRE E SEGURA.
Porque, que melhor presente que acompanhar as meninas a se CONHECEREM E AMAREM através de uma história?
Carla Trepat
O Tesouro de Lilith
Uma história sobre a sexualidade, o prazer e o ciclo menstrual.
Podes consegui-lo AQUI ou na livraria mais próxima.
Adoramos este depoimento de Raquel, mãe de Luna:
“Eu confesso que ainda não li a parte do guia no final.. Pela correria consegui por algumas noites contar a história pra Luna…
Achei interessante o tema e as ilustrações… consegui contar “sem ler” mas seguindo o roteiro das páginas e ela se interessou bastante… abriu um caminho pra falarmos sobre a “florzinha” como chamamos nossa vagina.. e trabalhar de modo a conhecê-la … depois colocamos um espelho pra reconhecer as partes e saber como ela funciona…
Acredito que lendo o guia vou ter uma visão mais ampliada… Mas eu vi o livro como uma abertura pra em diferentes momentos e idades eu poder usá-lo pra ir abordando os temas pouco a pouco.
A história em si é sutil ao abordar toda a complexidade sobre o que é ser mulher … e isso que achei bacana que podemos contribuir com o nosso olhar também pra ir abordando aspectos mais específicos como havia dito!
Acho que é isso.. Estamos no processo.. Nos reconhecendo e entendendo nossa importância nesse mundo além de nos preocupar também com as seguranças e necessidade de proteção que já se faz necessário nessa idade nesse mundo tão caótico”.
Eu e o meu parceiro conseguimos desmistificar as nossas desavenças e a nossa vontade de nos separar, e sabem que sempre ou quase sempre, são na etapa pré-menstrual?!
Nesses dias não quero estar com ele, não lhe encontro sentido e não o vejo nada bonito… Ou seja, que se estivéssemos separados, muito melhor!
Mas rapidamente passam esses cinco ou seis dias e tudo muda, volto a recuperar o bom humor, volto a vê-lo bonito e atrativo e estamos muito bem juntos… Como pode isto ser?
Simplesmente na fase pré-menstrual o nosso corpo pede-nos para estarmos sozinhas, ao nosso ritmo, separadas do mundo exterior, das demandas, dos enredos, … para estar à nossa vontade. Ou seja, separadas. E muito! Quero separar-me de ti! (mas só durante uns dias).
E porque não?
Pode um casal permitir-se estar separado emocionalmente durante cinco ou seis dias? Deveria poder, pela saúde da família. É uma necessidade de muitas mulheres e um desejo interno, mas como não o conhecemos, não é socialmente aceite, rejeitamos e pensamos que temos um problema.
Ai quanto sofrimento!
Convido-vos a assinalar num calendário os dias em que estão desconfortáveis com o vosso parceiro e a conectá-lo com o vosso ciclo menstrual, vão ver que grata surpresa se vai revelar!
Ao meu parceiro ocorreu-lhe (em segredo) ir marcando no calendário: circulo se estamos bem e cruz se não estamos bem e a surpreendentemente viu que só havia cinco ou seis cruzes durante o mês e todas na fase pré-menstrual! Agora, sim, compreendeu! Quando ponho a carta vermelha da fase pré-menstrual no frigorífico (em breve em português) já sabe que o melhor é estarmos separados por uns dias, que se aproxima a tempestade; uma gabardine e um sítio seguro é o que ele necessita.
Espero que estas palavras vos sejam uteis!
Beijos,
Carla Trepat
O ciclo menstrual mostra quatro lados da vida, que se encontram presentes na própria natureza. Quatro faces que vivem em nós e nos ensinam e mostram como vivir feliz. A primavera com a fase pré-ovulatoria, o verão com a fase da ovulação, o outono com a etapa pré-menstrual e o inverno com o nosso sangramento, a nossa menstruação (saiba mais aquí sobre o ciclo menstrual. Assim como a natureza se transforma e ao mesmo tempo é cíclica, nós também somos, e ter este ritmo interno em sintonia com a natureza permite-nos aceder a uma grande sabedoria e a um grande poder a partir do momento em que aprendemos a dançar a dança do nosso próprio ciclo menstrual.
A natureza sabe exactamente qual o momento para germinar as sementes, para dar os frutos ou para descansar, o nosso corpo também, só temos que ouvi-lo e acima de todo respeita-lo para dança-lo e organizar as nossas vidas de acordo com o nosso próprio ciclo.
Obviamente, nesta sociedade, com horas marcadas por relógios, empresas,… totalmente alheio aos ritmos da natureza, é uma loucura falar de sincronizar a nossa vida com o nosso ciclo menstrual, e por isso temos tanta dor e sofrimento, por essa incoerência entre as nossas necessidades corporais e as nossas exigências externas, … mas não é por suprimir e ignorar o nosso ritmo natural interno que ele deixará de estar presente para nos guiar.
Carla Trepat
Ao longo do dia acumulamos pequenas gotas de tristeza, raiva, irritação, … pequenas gotas que, às vezes, nesse momento não temos nem tempo nem vontade ou não sabemos sequer como expressá-las ou liberá-las. Pequenas gotas que ficam dentro de nós e se vão acumulando, juntando-se umas com outras e tornando-se cada vez mais e mais grandes dentro de nós.
Durante a fase pré-menstrual e às vezes também na fase menstrual, o nosso corpo libera-as, expelindo-as de forma natural, com choro, raiva, irritações, … e nós perguntamos “mas de onde que vêm esses sentimentos tão ruins agora?” Pois obviamente, eles não vêm do momento presente, mas sim de tudo o que você acumulou ao longo do mês e que o seu corpo sabiamente expulsa para a deixar liberada, limpa e saudável novamente.
Deixar que o seu corpo se expresse livremente e se possa limpar das emoções que não lhe fazem bem, é uma grande ferramenta para sanar o nosso corpo e liberta-lo de tudo o que não necessita.
Pessoalmente, quando eu tenho pré-menstruações ou menstruações muito irritantes ou desagradáveis, é um ponto de observação de mim mesma, de como estou nesta fase da minha vida. Se tenho muita vontade de chorar e muita raiva seguramente é porque me estou a sobrecarregar e não me estou a escutar ao longo do mês e por isso nesta fase expresso esta dor interna. Mas, se estou numa etapa da minha vida mais relaxada, vejo como também a minha fase pré-menstrual e menstruação são também mais tranquilas e agradáveis.
O síndrome pré-menstrual encontra-se somente na cultura occidental, uma cultura onde prioriza a produção ao descanso e à escuta de nosso corpo, … o nosso síndrome pré-menstraul não é mais do que um detector de quando não estamos ouvindo o nosso corpo nem o nosso coração, forçando-nos a ir a um ritmo que não é o nosso.
Como faço para mudar isso?
Reduzindo o ritmo e as exigências pessoais, descansando, priorizando o que você necessita e priorizando também o nosso cuidado íntimo e profundo, … pouco a pouco, prestar atenção já é um primeiro passo.
“Quando uma menina chega à adolescência tem o útero tão rígido e contraído, que até a mínima abertura do cérvix para a menstruação lhe produz dores fortes. Mas sabemos de jovens que tinham períodos muito dolorosos e que deixaram de os ter depois de adquirir consciência do seu útero, visualizando-o, sentindo-o e relaxando-o.
Tomar consciência, visualizar, sentir e relaxar o útero pode alcançar melhores e mais satisfatórios resultados do que qualquer medicamento.
Para recuperar a sensibilidade uterina a primeira coisa a fazer é explicar às nossas filhas desde pequenas que têm um útero, para que serve e como funciona. Explicar-lhes que quando se enchem de emoção e de amor, o seu útero palpita de prazer. Temos que recuperar com elas as verdadeiras danças do ventre, para que quando cheguem à adolescência não tenham períodos dolorosos, e em vez disso se sintam nesse estado especial de bem estar.
Recuperemos a transmissão por via oral da verdadeira sabedoria, de uma sabedoria feita de experiência, cumplicidade e empatia visceral; ou seja uma sabedoria gaiática, que se comunica por baixo, à margem das relações de autoridade, que flui com a sinfonia da vida, que se derrama com o desejo, que sabe sem saber que sabe praticamente tudo acerca da condição feminina escondida no reino de Hades e reconhecem o que é bom e o que é mau para a vida humana.
As mulheres temos muitas coisas para nos contar. De mulher para mulher, de mulher para menina, de mãe para filha, de ventre para ventre.”
Casilda Rodrigañez
de Elena Sofia Zambrano
Hoje alcançámos o nosso objetivo. Entre muitas mulheres e homens tornámos possivel a edição de O Tesouro de Lilith em português. A todas e todos as que estão a fazer isto possivel, a todas as mães e pais, a todas as meninas e meninos, oferecemos esta publicação.
Um profundo agradecimento a todas e todos as que sonhamos e construimos um mundo melhor.
“Acho que estou longe desse momento, e nem sequer sei se algum dia o viverei, mas se eu tivesse uma filha hoje, mostrar-lhe-ia o quão incrível é estar vivo.
Cantar-lhe-ia todos os dias para que soubesse que na música se esconde um pouco da nossa alma, e que ao cantar enche-se-nos o coração de coisas boas.
Ler-lhe-ia um livro a cada noite. Contar-lhe-ia histórias. Encher-lhe-ia o mundo de personagens e lugares, magia e cores. Ensinar-lhe-ia a amar a leitura, a procurar-se dentro de um livro, a encontrar-se escondida entre as folhas, e a nunca deixar de se descobrir.
Sentá-la-ia em frente de um espelho e mostrar-lhe-ia que é preciosa. Ficaríamos frente ao espelho, até que verdadeiramente se desse conta disso.
Ensinar-lhe-ia a amar-se tal e qual como é, e a cuidar o seu corpo porque é o seu altar. Dir-lhe-ia que nunca deixasse que ninguém, ninguém, e muito menos ela própria, a fizesse sentir-se feia. Que a beleza é um direito de todos, só que ás vezes não nos sentamos o tempo suficiente em frente do espelho (o espelho da nossa alma) para nos darmos conta. Ou não abrimos bem os olhos.
Dir-lhe-ia que pode realizar os seus sonhos. Que a mim, a sua avó, me disse um dia que poderia realizar os meus, e assim foi. Que sonhe grande, grande, até chegar ao céu de estrelas com os seus sonhos. E que trabalhe bem duro para os alcançar.
Teríamos um jardim, e plantaríamos flores, e arbustos, e árvores. Daríamos nomes aos nossos amigos verdes e dançaríamos de mãos dadas ao seu lado. Ensinar-lhe-ia a maravilhar-se com as suas cores, os seus aromas, as suas texturas, e a frescura do mundo debaixo da sua sombra.
Ensinar-lhe-ia a tecer, a fazer coisas com as mãos. Dir-lhe-ia que nós as mulheres temos o dom da criação, e que as mãos e o corpo ficam tristes quando não fazemos coisas. Dir-lhe-ia que encontre algo que goste de fazer, algo que goste de criar e que o pratique com amor o resto da sua vida.
Dir-lhe-ia que os alimentos são sagrados. Que somos o que comemos. Que somos o que pensamos. Ensiná-la-ia a cozinhar, a descobrir a arte de criar emoções e de transmitir amor com os alimentos. Recordar-lhe-ia que comer à pressa e qualquer coisa, faz-nos perder o desfrute das pequenas grandes coisas da vida. Do prazer dos sabores, os cheiros, as texturas. O prazer de sentir que estás a fazer bem ao seu corpo. Dir-lhe-ia que nunca trate mal a ninguém. Que mesmo que os seus companheiros o fizessem, nunca gozasse nem fosse má com ninguém. Que o que damos à vida e ás pessoas, volta para nós multiplicado, seja bom ou mau. E que se alguma coisa eu aprendi, que com os anos me dei conta, é que das pessoas de quem me ri, ou de quem pensei não ter nada em comum, tornam-se importantes na tua vida, e amigos que pensava que eram para sempre resultaram em não tão bons amigos.
Ensinar-lhe-ia o maravilhoso que é a família. O maravilhoso que é compartilhar. Que apesar de que chegue um momento em que queira abrir as suas asas (sim, porque esse momento vai chegar) e viver sozinha ou com parceiro, parceira ou outras pessoas, sempre me terá a mim e terá o seu pai e seremos sempre a sua família. Que sempre poderá contar connosco e que nós nunca esquecemos que ela é livre e ela decide como viver a sua vida.
Quando menstrue pela primeira vez, abraçá-la-ia com tanta força e oferecer-lhe-ia um enorme sorriso. Dar-lhe-ia as boas-vindas ao mundo de ser mulher. Explicar-lhe-ia que a menstruação é sagrada, é mágica e que nela estão guardados muitos mistérios e um maravilhoso poder. Explicar-lhe-ia sobre o seu corpo de mulher e que somos filhas da lua. Dir-lhe-ia que a partir de agora a sua vida está marcada por ciclos, e que se chega a conhecê-los e a estudá-los bem, aprenderá a tirar proveito deles e ser muito feliz. Depois, levá-la-ia ao seu restaurante favorito e juntar-nos-íamos com as mulheres importantes na sua vida nesse momento. Para que soubesse que forma parte de um circulo feminino, que nos une a todas, e que nos une à terra e ao universo.
Falar-lhe-ia de sexo. Sem medos. Sem mentiras, sem meias palavras. Dir-lhe-ia que é maravilhoso quando nos sabemos respeitar, a nós e ao outro. Que é sagrado, que é mágico. Que é muito divertido. Que pode ser uma faca de dois gumes quando nos esquecemos do nosso verdadeiro valor. Que não acredite na televisão, que não acredite nas revistas. Que acredite no seu corpo e no seu coração e na sua natureza de mulher. Que espere o momento adequado (não sei quando vai ser, filha minha, isso só o sabe cada uma de nós) e que encontre uma pessoa com quem verá o céu e as estrelas.
Ensinar-lhe-ia sobre a sua fertilidade. Como estar consciente dela. Como geri-la saudável e sabiamente.
Oferecer-lhe-ia esses livros sobre mulheres que tanto mudaram a minha vida.
Falar-lhe-ia também do amor. Dir-lhe-ia que é a força mais grande do planeta, que consegue tudo, que é como a terra e as estrelas e o pó do que estão feitos os planetas. Que ela vai saber quando o encontre. Que, se durante o caminho lhe partem algumas vezes o coração, será para que quando encontre a pessoas indicada possa reconhecer a sua perfeição. E dir-lhe-ia que nunca deixe de acreditar no amor.
Dir-lhe-ia que viaje. Que viaje muito. Que viaje até sentir que o planeta lhe pertence (nos pertence, filha, por isso há que o cuidar tanto). Que viaje como eu viajei e me abriu tanto a mente, o coração e os olhos. Que voe, que viaje, que respeite todas as culturas e que fique com o que mais gosta de cada uma delas, para si. E que sempre, sempre viaje leve.
Dir-lhe-ia que vai haver quem lhe diga que os homens são maus, que só lhes importa uma coisa, que há que ter cuidado com eles. Mas que ela não deve ter isso em conta. Que tanto homens como mulheres, os há bons e maus. Ou melhor, mais ou menos conscientes e evoluídos. Mas que no caminho encontrará homens tão maravilhosos que lhe farão entender porquê a vida nos criou em par.
Aconselhá-la-ia a procurar um trabalho no qual possa servir as outras pessoas. No qual faça algo bom para o mundo, que a faça sentir que deixará este mundo melhor do que quando o encontrou. Mas que nunca se esqueça que o trabalho e o dinheiro não são tudo na vida. Que a verdadeira felicidade está dentro de nós próprias, nas pessoas a quem amamos, em desfrutar da natureza, em ajudar, em aprender, em criar, em sonhar e cumprir os seus sonhos. Dir-lhe-ia que não tem que ter medo do dinheiro (como alguma vez me disse a minha mãe), que quando lhe temos medo menos vem. Que o dinheiro é energia e portanto deve circular, então não serve de nada que o acumule e acumule apodrecendo-se numa conta do banco ou debaixo do colchão. Que há que saber administrá-lo, mas também há que saber desfrutá-lo e partilha-lo.
Recordar-lhe-ia que não nascemos num vale de lágrimas. Que nascemos com um potencial enorme e pulsante para ser felizes. Que as respostas sempre estão em nós próprias. Que ao levantar-se a cada dia nunca se esqueça da alegria de viver.
Dir-lhe-ia que algum dia tanto eu como o seu pai teremos que morrer. Dir-lhe-ia que é normal, e que se quer chorar que chore. Que se quer estar triste um tempo, que o faça. Mas só por um tempo curto, porque mesmo que sinta a nossa falta, deve saber que morrer faz parte de nascer e viver. Que para renascer, temos que morrer. E que o mundo não acaba aqui. Que tudo é muito mais infinito do que se imagina. Que a todos nos falta um caminho infinito por recorrer e que a verei do outro lado. E talvez, aí, quando nos encontrarmos, talvez sorria com uma doce nostalgia recordando que lá, nesse enorme e lindo planeta azul, eu fui sua mãe.”
Muito obrigada Elena Sofia Zambrano pelas suas lindas palavras, por nos relembrar a beleza da vida e por nos devolver a consciencia de como acompanhá-la.
A doutora CHRISTIANE NORTHRUP, uma mulher especializada em tratar temas de saúde feminina e uma grande escritora, autora de “Corpo de Mulher, Sabedoria de Mulher”, “A Sabedoria na Menopausa” e de muitos outros livros profundamente recomendáveis, enviou-nos um comentário sobre o Tesouro de Lilith.
“O Tesouro de Lilith é precisamente isso. Um tesouro. Uma reivindicação da beleza e da riqueza que existe no interior do nosso corpo feminino. Escrito com sensibilidade, amor e alegria. Adoro este livro.”
Dra. Christiane Northrup
Permite-te sangrar
Permite-te descansar, e deixa ir tudo o que já não te serve.
Permite-te chorar, aborrecer e resmungar se é o que necessitas fazer.
Permite-te desligar do mundo externo, das requisições, apreciações, planos…
Permite-te vincular com o teu ser mais profundo, com a tranquilidade e a paz que há no teu interior.
Permite-te ser, só ser e estar no presente, só por um momento, só por uns instantes.
Escrito por Carla Trepat, investigadora da Sabedoria Feminina e criadora do livro O Tesouro de Lilith